sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Chuvas do passado

Chuvas do passado

Muitos quebram em culpa,

muitos quebram em ódio, mas as vezes em raiva

muitos quebram em historias

as vezes se quebram em mentiras,

muitos se quebram quando algo se quebra por dentro

e se quebram e se quebra e se quebrarão

muitos não sabem por que se quebraram, mas se contentarão em não lutar.

quem nunca se quebrou não sabe exatamente o que é viver tentando se ajeitar,

dando um jeitinho aqui enquanto um caquinho cai ali,

dando uma de que ta inteirinho mas os cacos pequenininhos se veem caídos no chão,

quem pode dizer que é completinho,

 que de nenhum jeito falta um pedacinho

que foi sempre completão, lotado de pedação

que as vezes nem serviam direito, 

mas que quando para o outro sujeito, era o necessário para satisfação.

e como colar os cacos caros que de mim carreguei?

nunca vi nem caso raro de alguém consegue.

aqui só o que sei comigo, que quando quebro um caco amigo

um novo caminho eu sigo.

olho bem o caco caído entendo que ele vai andar comigo,

enquanto novos pedaços vão se formando, me moldando, dando forma

e quando na dada hora olho o caco dentro e fora 

e entendo que por hora ele serve pra caminha.

vejo nele utilidade que não via naquela tarde quando na garganta fez um nó

vejo no desenho dele o encaixe que perfeito hoje me fez se tornar.


Daniel G.


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